1 – A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
A. Sua divindade
O Espírito Santo é da mesma essência do
Pai e do Filho:
1) Teve
atuação na criação (Gn 1:2,26);
2) Inspirou
as Santas Escrituras (2Tm 3:16; 1Pe 1:21);
3) Está
em posição de igualdade na Trindade (1Co 6:11);
4) Atributos
divinos são atribuídos a Ele:
a) Onipresente
(Sl 139:9);
b) Onipotente
(Rm 15:19);
c) Onisciente
(1Co 2:10);
d) Eternidade
(Hb 9:14).
B. Seus nomes e símbolos
O Espírito Santo é chamado na Bíblia de:
1) Espírito
de Deus (1Co 3:16; Gn 1:2);
2) Espírito
de Cristo (Rm 8:9);
3) Espírito
Santo (At 1:5);
4) Espírito
de Vida (Rm 8:2);
5) Espírito
de Adoção (Rm 8:5; Gl 4:5-6).
O Espírito Santo também é simbolizado pelo:
1) Fogo
(Lc 3:16);
2) Vento
(At 2:2);
3) Água,
Rio ou Chuva (Jo 7:37-39);
4) Óleo
ou Azeite (Zc 4:2-6);
5) Selo
(Ef 1:13);
6) Pomba
(Mt 3:16-17).
C. Sua obra no crente
Quanto à obra do Espírito Santo no crente
a Escritura diz o seguinte:
1) Convence
o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:6-13);
2) É o
Consolador prometido e enviado pelo Senhor Jesus (Jo 14:16-17);
3) Opera
no crente:
a) Regenerando-o (Jo 3:3-6; Tt 3:5);
b) Batizando-o no corpo de Cristo (Jo 1:32-34);
c) Habitando-o (1Co 6:15-19);
d) Selando-o (Ef 1:13-14);
e) Proporcionando-lhe segurança (Rm 8:14-16);
a) Regenerando-o (Jo 3:3-6; Tt 3:5);
b) Batizando-o no corpo de Cristo (Jo 1:32-34);
c) Habitando-o (1Co 6:15-19);
d) Selando-o (Ef 1:13-14);
e) Proporcionando-lhe segurança (Rm 8:14-16);
f) Fortalecendo-o
(Ef 3:16);
g) Enchendo-o (Ef 5.18-20);
h) Libertando-o da lei do pecado e da morte (Rm 8:2);
i) Guiando-o (Rm 8:14);
j) Chamando-o para serviço especial (At 13:2,4);
k) Orientando-o para serviço especial (At 8:27-29);
l) Iluminando-o (1Co 2:12-14);
m) Instruindo-o (Jo 16:13-14);
n) Capacitando-o (1Ts 1:5).
g) Enchendo-o (Ef 5.18-20);
h) Libertando-o da lei do pecado e da morte (Rm 8:2);
i) Guiando-o (Rm 8:14);
j) Chamando-o para serviço especial (At 13:2,4);
k) Orientando-o para serviço especial (At 8:27-29);
l) Iluminando-o (1Co 2:12-14);
m) Instruindo-o (Jo 16:13-14);
n) Capacitando-o (1Ts 1:5).
2 – a plenitude do Espírito Santo
A. Definição
Segundo o Novo
Testamento, há um revestimento de poder pelo Espírito Santo disponível para
todos os cristãos:
1) João Batista disse que Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mt 3:11);
2) O próprio Senhor Jesus prometeu que o Espírito Santo desceria sobre os
discípulos: (At 1:8);
3) E a promessa se cumpriu no dia de Pentecostes, pois Jesus não é e nunca
será um mentiroso (At 2:1-4):
a) A promessa era para os judeus ali presentes (é para
vocês);
b) Para os filhos deles naquela geração e nas seguintes
(para os seus filhos);
c) E para todos que Deus chamar através do evangelho da
salvação em todos os tempos. Portanto, a promessa foi feita para todos
os que creem em Jesus como Senhor e Cristo, desde o dia de Pentecostes até o
fim dos tempos (At
2:39);
Como podemos chamar esta experiência com Espírito Santo? Os termos
bíblicos para esta experiência são:
1) Batismo com o Espírito Santo (Mt 3:11; At 1:5);
2) Ficar cheio do Espírito Santo (At
2:4; Ef 5:18);
3) Receber o Espírito Santo (At
8:17; 10:47);
4) O Espírito Santo descendo sobre (At 10:44; 11:15);
5) Ser derramado o Espírito Santo (At 2:17-18; 10:45);
6) Receber o dom do Espírito Santo: (At 2:38):
a) Um dom é um presente, uma dádiva, algo que foi dado. O dom do Espírito
Santo é um presente de Deus aos convertidos, pois segundo Atos 2:36-38 a fé em Jesus como Senhor e
Cristo, o arrependimento dos pecados, o batismo nas águas e o conseqüente
perdão dos pecados são pré-condições para recebê-lo;
b) O Novo Testamento também mostra o dom do Espírito Santo sendo
conscientemente desejado, buscado e recebido (At 1:4,14; 4:31; 8:14-17;
19:2-6);
c) A única exceção possível à regra foi o caso de Cornélio (At 10:44-45).
Daí, o "batismo no Espírito Santo" não deve ser um dom
automaticamente concedido aos crentes, ou seja, ele não pode ser confundido com
a habitação do Espírito.
B. Quando acontece
Quando esta experiência acontece? Como podemos defini-la? O
Novo Testamento mostra que:
1) Algumas
vezes ela ocorreu após a conversão:
a) Os
120 no dia de Pentecostes (At 2:1-13);
b) Os
samaritanos (At 8:4-19);
c) O
apóstolo Paulo (At 9:1-19);
2) Mas em outras
não há um lapso de tempo discernível, pois tudo parece ser parte de um só
evento. Dessa forma, podemos afirmar que "há uma distinção lógica, mesmo
se não for uma distinção temporal, entre o novo nascimento e o batismo no
Espírito"[1]:
a) O caso de
Cornélio (At 10:44-48; 11:15-17);
b) E o caso dos
efésios (At 19:1-7).
Portanto, o revestimento de poder pode ser melhor definido como uma "experiência adicional à conversão"[2]. No entanto, o batismo no Espírito não é a única e nem a experiência definitiva da obra do revestimento de poder pelo Espírito Santo. Ele é a primeira experiência de uma vida caracterizada por várias unções ou enchimentos do Espírito. O Novo Testamento descreve que várias e várias vezes na vida cristã o crente tem experiências dinâmicas da presença do Espírito Santo, todas após a conversão (Ef 5:18). A gramática da língua original (grego) em que foi escrito o Novo Testamento mostra aqui um tempo verbal no presente, que indica continuidade. Dessa forma, o enchimento do Espírito Santo não é uma experiência que acontece uma única vez na vida cristã. Vejamos alguns exemplos dessa verdade no Novo Testamento:
1) O Apóstolo Pedro, batizado no Espírito em Atos 2, ficou
novamente cheio do Espírito quando se dirigiu às autoridades religiosas de
Israel (At 4:8);
2) Os Apóstolos João e Pedro, depois de soltos da prisão,
se reuniram com os primeiros cristãos, oraram, todos ficaram cheios do Espírito
Santo e anunciaram corajosamente a palavra de Deus (At 4:31);
3) Em Chipre o Apóstolo Paulo ficou cheio do Espírito (At
13:9).
Este mesmo grupo de cristãos, que estava presente no dia de
Pentecostes, ficou "cheio do Espírito" de novo. "Se é verdade
que as experiências em Atos 2 não podem ser repetidas para aquele grupo étnico,
por que temos Atos 4:31? Além disso se a linguagem em Atos 2 descreve a
salvação, os crentes em Atos 4:31 estão sendo salvos de novo?"[3]
Todos os exemplos acima citados mostram cristãos, e não apenas Apóstolos, que
tinham sido batizados no Espírito sendo novamente cheios pelo Espírito Santo,
recebendo uma nova unção. Um discípulo de Jesus batizado no Espírito e várias
vezes durante a sua vida cristã se deixando encher por Ele, vive sob o controle
e poder do Espírito Santo.
C. Evidência
Como saber que você foi batizado no Espírito? Quais são as evidências
que você ficou cheio do Espírito Santo? O batismo no Espírito Santo, que é a
experiência inicial do revestimento de poder assim como os vários enchimentos
posteriores, é evidenciado:
1) Às vezes pela manifestação do dom de falar em línguas
(At 2:4; 10:46; 19:6);
2) Mas não é
sempre que isso acontece, pois em dois casos no Novo Testamento, entre os cinco
relatados, não há evidência bíblica das línguas por ocasião do batismo no
Espírito:
a) Os samaritanos (At 8:4-19);
b) O Apóstolo Paulo (At
9:1-19).
O que se pode fazer nestes casos é uma inferência, uma dedução e, segundo o entendimento de muitos, não é
correto sob o ponto de vista hermenêutico afirmar uma doutrina baseado em uma
inferência.
Embora o falar em
línguas seja "um dos aspectos legítimos da fé apostólica, não há, em
nenhum lugar do Novo Testamento, asseveração que defina a glossolalia como a
única evidência"[4]
do batismo no Espírito. “A maioria dos carismáticos associam a renovação ou
batismo no Espírito com a manifestação dos carismas, que regularmente incluem o
falar em outras línguas".[5]
Portanto, cremos que o revestimento de poder pelo Espírito Santo também pode
resultar na manifestação dos outros dons espirituais:
1) Profecias, visões e sonhos (At 2:17; 10:46);
2) Palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, fé, dons
de curar, poder para operar milagres, profecia, discernimento de espíritos,
variedade de línguas, interpretação de línguas (1Co 12:4-10; 14:2,15);
3) E conforme o Espírito Santo os distribuir (1Co 12:11);
4) Além disso, há outros resultados do fato de ser cheio do
Espírito Santo:
a) A pregação poderosa do Evangelho (At 4:31);
b) Mensagens proféticas e louvores (At 2:4,17; 10:46; 1Co
14:2,15);
c) Maior sensibilidade ao pecado, busca pela santidade e
percepção do juízo de Deus contra impiedade (Jo 16:8; At 1:8);
d) Uma vida que glorifica a Jesus (Jo 16:13-14; At 4:33);
e) Visões da parte do Espírito (At 2:17; 7:55);
f) Maior desejo de orar (At 2:41-42; 3:1; 4:23-31; 6:4;
10:9; Rm 8:26);
g) Maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela
(Jo 16:13; At 2:42);
h) E uma convicção ainda maior de Deus como Pai (At 1:4; Rm
8:15; Gl 4:6);
Em outras palavras, você receberá poder para testemunhar
de Cristo (At 1:8), viverá uma vida santa, pois Cristo vive em você (Gl 2:20) e
a sua vida será caracterizada pelo fruto do Espírito (Gl 5:22-23).
3 – os dons e o fruto do Espírito Santo
A. Definição e atitudes erradas
O que é um dom espiritual? "Dom espiritual é
qualquer talento potencializado pelo Espírito Santo e usado no ministério da
igreja". Em outras palavras, são capacidades que habilitam os cristãos a
executarem uma tarefa específica na igreja local. Confira abaixo algumas
atitudes erradas sobre os dons espirituais:
1) O desejo de pedir dons segundo o próprio gosto (1Co
1:6);
2) Inferioridade – erro de depreciar pessoalmente o dom
que Deus tem dado a você (1Co 12:15-20);
3) Superioridade – erro de depreciar pessoalmente o dom
que Deus tem dado a um outro irmão na igreja (1Co 12:21-27);
4) O erro de exercer funções (ofícios) em desarmonia com
os seus dons (Rm 12:6-8; 1Pe 4:10);
5) O erro de enfatizar um dom, como o dom de falar em
línguas (1Co 12:28-30);
6) O erro de proibir o exercício de certos dons (1Co
14:39);
7) O erro de se concentrar nos dons e não no doador dos
dons (2Co 3:5-6).
Quais
as orientações básicas são necessárias seguir para descobrir os nossos dons
espirituais? Esteja sempre disposto a servir, trabalhe e se envolva. Faça tudo
o que a Bíblia diz que devemos fazer e que não depende de dons (ex.: amar,
servir, perdoar, ser hospitaleiro e etc.) e ouça o que as outras pessoas,
especialmente os líderes, dizem a respeito do que você é capaz de fazer.
B. Dons de ensino e pregação
1. Palavra da sabedoria. “Uma mensagem, proclamação ou
declaração de sabedoria, não significa que os que ministram a mensagem sejam
necessariamente mais sábios que os outros”[6].
São exemplos desse dom:
1) A
escolha dos primeiros diáconos (At 6:1-6);
2) Estevão
proclamando o evangelho (At 6:10);
3) A
decisão do Concílio de Jerusalém (At 15:19-29);
4) O
caso de Salomão sobre a criança (1Rs 3:25).
2. Palavra do conhecimento. “Está relacionado ao ensino das
verdades da Palavra de Deus”[7].
C. Dons do ministério
1. Profecia. Segundo o Novo Testamento, não é “previsão
do futuro” ou “proclamação de uma palavra do Senhor”, mas “dizer algo que Deus
traz de modo espontâneo à mente”[8].
Para nós, os profetas do Novo Testamento não são iguais aos do Velho Testamento[9]:
1) Os
profetas do Velho Testamento falaram e escreveram as palavras do próprio Deus
(Nm 22:38; Dt 18:18-20; Jr 1:9; Ez 2:7);
2) Não
crer ou desobedecer aos profetas do Velho Testamento era igual a não crer ou
desobedecer a Deus (Dt 18:19; 1Sm 8:7; 1Rs 20:36);
3) No
Novo Testamento os homens que falaram e escreveram palavras do próprio Deus
foram chamados Apóstolos (1Co 2:13; 2Co 13:3; Gl 1:8-9,11-12; 1Ts 2:13; 4:8,15;
2Pe 3:2);
4) Os
profetas do Novo Testamento não falavam com autoridade equivalente à das
palavras da Escritura:
a) Os
discípulos de Tiro “movidos pelo Espírito” recomendaram que Paulo não fosse a
Jerusalém, mas ele desobedeceu (At 21:4);
b) O
profeta Ágapo disse que os judeus em Jerusalém amarrariam Paulo e os entregaria
aos gentios, mas foram os romanos que prenderam Paulo (At 21:10-11);
c) Paulo
orienta aos tessalonicenses para não desprezar as profecias, julgar todas as
coisas e reter o que é bom (1Ts 5:20-21);
d) Paulo
orienta aos coríntios que se tratando de profetas falem apenas dois ou três e
os outros julguem (1Co 14:29);
5) As
profecias no Novo Testamento:
a) Podiam
incluir qualquer conteúdo edificante (1Co 14:3-4):
b) Havia
algumas predições (At 11:28; 21:22);
c) Mas
também havia revelação de pecados (1Co 14:25);
d) Todos
podiam profetizar (1Co 14:5,31);
e) Mas
nem todos eram profetas (1Co 12:29);
6) Devemos
procurar com zelo o dom de profecia (1Co 14:1,39);
7) Advertências
que devem ser consideradas[10]:
a) “Muitos
de nossos erros no que diz respeito aos dons espirituais surgem quando queremos
que o extraordinário e excepcional torne-se freqüente e habitual. Que todos os
que desenvolvem um anseio excessivo por “mensagens” mediante dons sejam
alertados pelo naufrágio de gerações passadas, bem como contemporâneas [...] As
Escrituras Sagradas são lâmpadas para nossos pés e luz para nossos caminhos” –
Donald Gee (Assembleia de Deus);
b) “As
profecias que dizem a outras pessoas o que elas devem fazer – devem ser
encaradas com grande suspeita” – Michael Harper (Episcopal Carismático);
c) “O
subjetivista pensa frequentemente que “Deus lhe manda” fazer coisas [...] Os
subjetivistas são com freqüência muito sinceros, muito dedicados e dominados
por um compromisso tal de obedecer a Deus que envergonham cristãos mais
prudentes. Entretanto, estão trilhando um caminho perigoso. Os ancestrais deles
já percorreram antes, e sempre com resultados desastrosos a longo prazo.
Sentimentos internos e inspirações especiais são, pela própria natureza,
subjetivos. A Bíblia fornece a nossa orientação objetiva” – Donald Bridge
(Carismático Britânico).
2. Dons de curar. A doença física surgiu como conseqüência da queda do homem e nos conduz à
morte física. Mas, Cristo nos redimiu:
1) Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, as nossas dores e por suas
pisaduras somos sarados (Is 53:4-5);
2) Essa cura é física e espiritual:
a) Pedro cita Isaías 53 para falar da nossa salvação – a cura espiritual
(1Pe 2:24);
b) Mateus cita Isaías 53 com referência às curas físicas realizadas por
Jesus (Mt 8:16-17);
Os propósitos da cura são:
1) Servir como um sinal para autenticar a mensagem do evangelho e mostrar
que é chegado o Reino de Deus;
2) Trazer conforto e saúde aos doentes evidenciando a misericórdia divina
para os que sofrem;
3) Capacitar as pessoas para o serviço ao remover os impedimentos ao
ministério;
4) Prover oportunidade para que Deus seja glorificado.
Mas o que dizer do uso dos
remédios? Grudem diz que “devemos usar os remédios caso disponhamos deles,
porque Deus criou na terra substâncias com que podemos produzir remédios” e que
“devemos empregar os remédios de bom grado com gratidão ao Senhor”
(Sl 24:1). Não usar os remédios é tentar a Deus e pecado. Todavia, a nossa
confiança deve sempre estar no Senhor e não devemos colocá-la nos médicos ou
remédios como Asa (2Cr 16:12-13). Para ele o remédio quando é empregado com a
oração devemos esperar a bênção de Deus como fez Isaías com o rei Ezequias (2Rs
20:7). Quando os remédios não estão disponíveis ou não fazem efeito, Jesus pode
curar[11].
Concordo com Grudem quando ele
diz que é correto pedir a cura a Deus e que a incredulidade pode levar à falta
de oração e de respostas de Deus (Tg 4:2). Ele também indica alguns erros que
podem ser cometidos[12]:
1) Jamais orar por cura é errado, pois desobedece a Tiago 4:2;
2) Dizer que Deus raramente cura hoje e que as pessoas não devem esperar
nada não é uma boa solução, pois não provê um ambiente propício à fé;
3) Dizer às pessoas que Deus sempre cura hoje se tivermos fé é um ensino
cruel não apoiado pelas Escrituras;
4) O correto é dizer às pessoas que Deus cura hoje com freqüência se tiver
fé e que é provável que elas sejam curadas.
Os que
têm os dons de curar são aqueles irmãos que percebem que Deus atende com mais
freqüência as suas orações do que as dos outros. Todavia, nem todas as orações
por cura são atendidas:
1) Às vezes Deus não concede a “fé” especial de que a cura ocorrerá (Tg
5:15);
2) Deus às vezes não cura por causa dos seus propósitos soberanos:
a) Apesar dos sofrimentos do tempo presente e gemermos aguardando a redenção
do nosso corpo, sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que
amam a Deus e são chamados segundo o seu propósito (Rm 8:18,23,28);
b) Deus não retirou o espinho na carne de Paulo para mantê-lo humilde diante
dEle (1Co 12:7; 2Co 12:9);
c) Paulo deixou Trófimo doente em Mileto (2Tm 4:20);
d) Timóteo tinha problemas no estômago e enfermidades que não foram curadas
(1Tm 5:23);
e) Tiago exortou com palavras de incentivo os que estavam passando por
provações, entre elas doenças (Tg 1:2-4);
f) Pedro também fez a mesma coisa (1Pe 1:6-7; 4:19);
3) Quando Deus não curar, ainda assim devemos dar graças como fez o salmista
(1Ts 5:18; Sl 119:67).
3. Operação de maravilhas. “A operação de maravilhas consiste em dois plurais:
‘dunamis’ (façanhas de grande poder sobrenatural) e ‘energema’ (resultados
eficazes)”[13] e
acontece em relação às operações de Deus (Mt 14:2; Mc 6:14; Gl 4:5; Fp 3:21) e
operações de Satanás (2Ts 2:7,9; Ef 2:2)[14].
4. Fé. “Oração
fervorosa, alegria extraordinária e coragem incomum acompanham o dom de fé” São
exemplos bíblicos do exercício deste dom o confronto de Elias e os profetas de
Baal (1Rs 18:33-35) e a postura de Paulo a bordo do navio em meio a tempestade
(At 27:25)[15]. No
entanto, não confunda esse dom com a fé salvadora em Jesus.
5. Discernimento de espíritos. “Envolve uma percepção capaz de distinguir espíritos,
cuja preocupação é proteger-nos dos ataques de Satanás e dos espíritos
malignos”[16] (1Jo
4:1). Uma outra definição deste dom diz que ele “é uma capacidade especial de
reconhecer a influência do Espírito Santo ou espíritos demoníacos numa pessoa”[17].
O Novo Testamento mostra este dom nas seguintes situações:
1) Na identificação do tipo de espírito que operava na jovem filipense por
Paulo (At 16:18);
2) Na resistência de Paulo a Elimas (At 13:11);
3) Implica no discernimento entre os vários tipos de espíritos malignos:
a) Espírito de enfermidade (Lc 13:11);
b) Espírito de adivinhação (At 16:16);
c) Espírito surdo e mudo (Mc 9:25,29);
d) Espírito de erro (1Jo 4:6).
4) Permitindo identificar se os espíritos procedem de Deus (1Jo 4:1).
D. Dons de adoração
1.
Variedade de línguas. Podemos
definir o dom de falar em línguas como “oração ou louvor expresso em sílabas
não compreendidas pelo locutor”[18].
O dom de línguas é:
1) Palavras de oração ou louvor dirigidas a Deus (1Co
14:2);
2) Não compreendidas por quem fala ou escuta (1Co
14:2,11,13-19,23);
3) Orar com o espírito, não com a mente (1Co 14:14-15);
4) Não extático, mas autocontrolado (1Co 14:27-28);
5) Línguas sem interpretação são proibidas na igreja
(1Co 14:27-28);
6) Os crentes que falam em línguas sem interpretação são
“meninos” (1Co 14:20);
7) Línguas com interpretação edificam a igreja (1Co
14:5);
8) Nem todos falam em línguas (1Co 12:29-30; 1Co 12:11)
2.
Interpretação de línguas. Este é o
único dom que depende da existência de outro dom – a variedade de línguas. “Não
havendo dom de variedades de línguas, não pode haver a interpretação de
línguas”[19].
E. O Fruto do Espírito
Na batalha espiritual travada na carne só há dois
caminhos: as obras da carne ou o fruto do Espírito. Quem escolhe a segunda
opção anda em santidade e poder, edificado no Espírito e irá gozar a vida
eterna com Deus. O fruto do Espírito (Gl 5:22-23) é:
1) Amor: Sentimento que
predispõe alguém a desejar o bem de outro sem nada em troca;
2) Alegria: Gozo;
contentamento; satisfação; é o amor jubilando;
3) Paz: Ausência de
perturbações, lutas ou de conflitos; é o amor descansando;
4) Paciência:
Longanimidade; virtude que consiste em suportar dores e infortúnios com
resignação; é o amor esperando;
5) Amabilidade:
Benignidade; qualidade de amável; é o amor compadecendo, sendo compassivo;
6) Bondade: Qualidade de
bom; clemência; benevolência; é o amor doando;
7) Fidelidade: Fé;
qualidade de fiel; também é o amor esperando;
8) Mansidão: Qualidade de
manso; calmo; sereno; tranqüilo; é o amor sendo brando;
9) Domínio próprio:
Temperança; controle sobre os desejos e paixões; é o amor sendo equilibrado;
Contra essas coisas não há lei (Gl 5:23).
Quanto à distinção dos dons do Espírito e o fruto do
Espírito, Raimundo de Oliveira mostra assim[20]:
1) Os dons são dados, recebidos, enquanto o fruto é
gerado em nós;
2) Os dons vêm após o batismo com o Espírito Santo,
enquanto o fruto começa com a obra do Espírito, a partir da regeneração;
3) Os dons vêm de fora, do Alto, enquanto o fruto vem do
interior;
4) Os dons vêm completos, perfeitos, enquanto o fruto
requer tempo para crescer e desenvolver-se;
5) Os dons são dotações de poder de Deus, enquanto que o
fruto é uma expressão do caráter de Cristo;
6) Os dons revelam concessão de poder e graça especial, enquanto o fruto se relaciona com o
caráter do portador;
7) Os dons são a operação soberana do Espírito Santo,
enquanto o fruto (também do Espírito) nos vem mediante Jesus Cristo;
8) Os dons são distintos, enquanto o fruto, sendo
nônuplo, é indivisível;
9) Os dons conferem poder, enquanto que o fruto confere
autoridade;
10) Os dons
comunicam espiritualidade, enquanto o fruto comunica irrepreensão;
11) Os dons
identificam-se com o que fazemos, enquanto o fruto identifica-se com o que
somos;
12) Os dons podem
ser imitados, enquanto o fruto jamais o será.
[1] Assim observa William Menzies, citado em
"Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal", pág. 440.
[2] Sugerido por Douglas Oss em "Cessaram os Dons
Espirituais", pág. 255.
[3] GRUDEM, Wayne, org. "Cessaram os Dons
Espirituais", por Douglas Oss, pág. 256.
[4] HORTON, ob.,
cit., John W. Wyckoff (citando Henry I. Lederle, "Initial Evidence and the
Charismatic Movement: Na Ecumenical Appraisal", em McGee, Initial
Evidence, 136-137), pág. 447.
[5] Ob., cit., John
W. Wyckoff (citando Henry I. Lederle, que por sua vez cita P. H. Wiebe,
"The Pentecostal Initial Evidence Doctrine", Journal of the Evangelical
Theology Society 27 (dezembro de 1984), pág. 446 e 447.
[6] Ob., cit., pág. 473.
[7] Ob., cit., pág. 473.
[8] GRUDEM, ob. cit., pág. 892.
[9] O esboço sobre o dom de profecia segue o ensino de
Wayne Grudem em sua Teologia
Sistemática.
[10] GRUDEM, ob. cit., pág. 900 e 901.
[11] Ob. cit., pág. 905 e 906.
[12] Ob. cit., pág. 907.
[13] HORTON, ob., cit., pág. 474.
[14] OLIVEIRA, ob. cit., pág. 136.
[15] HORTON, ob.,
cit., pág. 474.
[16] Ob., cit., pág.
475.
[17] GRUDEM, ob. cit., pág. 919.
[18] Ob. cit., pág. 910.
[19] OLIVEIRA, ob. cit., pág. 137.
[20] Ob. cit., pág. 139 e 140.
Nenhum comentário:
Postar um comentário