sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A Salvação

1 – o lado divino DA SALVAÇÃO: a provisão

A. A graça salvadora de Deus

A Bíblia ensina que o pecado separou o homem de Deus e que ele está perdido (Ef 2:1-3; Rm 7:18; Sl 51:7; Jr 17:9):



1)     Todos os homens são culpados diante de Deus, não há um justo sequer (Rm 3:10);

2)     Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm 3:23);

3)     O salário do pecado é a morte (Rm 6:23).



Concluímos, em sintonia com a Bíblia, que o homem está morto em seus delitos e pecados e não tem nenhuma possibilidade de, por si mesmo, sair dessa condição.



Então, como o homem pode ser salvo? A resposta está na própria Escritura: pela graça de Deus, por meio da fé (Ef 2:8). Mas o que é a graça de Deus? A graça de Deus não é nada mais que a disposição benevolente de Deus para com o homem, sua misericórdia posta em ação a nosso favor de tal maneira que possibilita uma oportunidade de salvação. Graça é um favor que não merecemos de Deus. Dessa forma ensinamos que a graça de Deus, através de Jesus Cristo, é dada gratuitamente a todos os seres humanos e ela os capacita a respondê-la com a conversão (Ez 18:25-26; Rm 5:6-8, 17-19; 6:23; 2Co 5:18-19; Ef 2:8-10). A salvação pela graça de Deus é:



1)     Para o mundo inteiro (1Jo 2:2; 2Co 5:14; Hb 2:9; Tt 2:11-12);

2)     Está à disposição de todos, mas somente os que creem são salvos (1Tm 4:10; Ef 2:8; Rm 5:2);

3)     Devemos ter o cuidado para não cairmos da graça (Gl 5:4; 1Co 8:11; 2Pe 2:1).



B. A eleição e o chamado gracioso de Deus

Thiessen define eleição como “aquele ato soberano de Deus, pelo qual Ele escolheu em Jesus Cristo para a salvação todos aqueles que de antemão sabia que O aceitariam”[i]. Portanto, a eleição é segundo a presciência de Deus (Rm 8:28-30; 1Pe 1:1-2). Eleição pressupõe escolha. Os eleitos são os escolhidos (Ef 1:4-5,11-13), não por decreto absoluto, mas por aceitação das condições do chamado (Jo 3:16; 15:19; 2Ts 2:13; 1Pe 1:2).



Willey define predestinação como “o propósito gracioso de Deus de salvar da ruína completa toda a humanidade. Não é um ato arbitrário e indiscriminado de Deus para garantir a salvação a um número especial de pessoas e a ninguém mais. Incluem provisionalmente todos os homens e está condicionada à fé em Jesus (Jo 3:16). Deus nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis perante ele, isso é eleição. O plano para realizar essa eleição é chamado de predestinação, ou seja, Ele nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade”[ii] (Ef 1:4-5,11-13).

O convite gracioso de Deus aos homens para aceitar a salvação pela fé em Cristo é definido pelos teólogos como vocação ou a chamada do Evangelho. Confira o ensino bíblico sobre o chamado de Deus:



1)     O Chamado é feito a todos:

a)     Aos predestinados (Rm 8:30);

b)     Aos cansados e sobrecarregados (Mt 11:28);

c)      Aos confins da terra e a quantos encontrarmos (Is 45:22; Ez 33:11; Mt 28:19; Mc 16:14; Jo 12:32; 1Tm 2:4; 2Pe 3:9; Mt 22:9);

d)     Aos que creem (Jo 3:15-16; 4:14; 11:26; Ap 22:17);

2)     Deus chama os homens para a conversão:

a)     O arrependimento dos pecados (Lc 13:3,5; At 3:19; 2Co 7:10);

b)     A fé em Cristo (Jo 3:16; 8:24; 1Pe 1:18-21; At 10:43; 15:9; 16:30-31; Rm 6:17-18);

c)      O batismo nas águas (Mt 28:18-20; Mc 16:15-16; At 2:37-42; Rm 6:1-7; Cl 2:9-12);

3)     Meios usados:

a)     Sua Palavra (Rm 10:16-17; 2Ts 2:14);

b)     Seu Espírito (Jo 16:8; Hb 3:7-8);

c)      Seus servos (Mt 22:2-4,9; Rm 10:14-15);

d)     Sua bondade (Rm 2:4; Jr 31:3);

e)     Seus juízos (Is 26:9; Sl 107:6,13).





2 – o lado HUMANO DA SALVAÇÃO: a conversão

A. O arrependimento dos pecados para com Deus

A maneira característica do Antigo Testamento para expressar o arrependimento do ser humano para com Deus é dizer que houve uma volta, um retorno, ou seja, o ser humano saiu do pecado e se voltou para Deus. Esse foi o apelo dos profetas aos israelitas (Jl 2:12-14; Ez 33:11; Mt 3:2; Mc 1:15).



No Novo Testamento, a palavra grega “metanoia”, traduzida para o português como “arrependimento”, significa uma mudança de atitude. Todavia, não podemos confundir arrependimento com remorso ou desespero. As emoções de tristeza ou remorso e as lágrimas que acompanham tais sentimentos, não é arrependimento e nem o tornam verdadeiro. A importância do arrependimento é descrito pelas seguintes passagens da Bíblia:



1)     Foi anunciado pelos profetas da Velha Aliança (Dt 30:10; 2Rs 17:13; Jr 8:6; Ez 14:6);

2)     Foi o ápice da mensagem de:

a)     João Batista (Mt 3:2; Mc 1:15);

b)     Jesus Cristo (Mt 4:17; Lc 13:3-5);

c)      Apóstolos (Mc 6:12);

d)     Pedro (At 2:38; 3:19);

e)     Paulo (At 20:21; 26:20);

3)     Todos os homens devem se arrepender (At 17:30);

4)     É um presente de Deus (At 11:18; 5:31; 2Tm 2:25);

5)     É produzido no homem pela:

a)     Palavra de Deus (Lc 16:30-31);

b)     Pregação do Evangelho (Mt 12:41; Lc 24:47; At 2:37-38; 2Tm 2:25);

c)      Bondade de Deus para conosco (Rm 2:4; 2Pe 3:9);

d)     Correção do Senhor (Ap 3:19; Hb 12:10-11);

e)     Crença na verdade (Jn 3:5ss);

f)        Uma nova visão de Deus (Jó 42:5-6).

6)     Consiste em:

a)     Mudança de ideia em relação ao pecado, a Deus e a si mesmo (Rm 3:20; Sl 51:3,7; Jó 42:56; Lc 15:17-18);

b)     Mudança de sentimento (Sl 51:1-2; 2Co 7:9-10);

c)      Mudança da vontade (Mt 3:8,11; At 5:31; 20:21; Rm 2:4; 2Pe 3:9);

7)     São frutos do arrependimento:

a)     Confissão de pecados (Sl 32:5; 51:3-4; Lc 15:21; 1Jo 1:9);

b)     Reparação de erros cometidos contra alguém (Lc 19:8);

8)     É absolutamente essencial à salvação (Lc 13:2-5).



B. A fé em Jesus Cristo como Salvador e Senhor

A carta aos Hebreus define fé como a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se veem. Também sabemos que o pensamento central do Novo Testamento é o de que Deus enviou seu filho para ser o Salvador do mundo. Mas, qual é a diferença entre crença e fé? A crença é a aceitação intelectual ou o consentimento a uma verdade doutrinária. A fé salvadora vai além de se crer na encarnação, na morte sacrificial de Jesus e na sua vitória sobre a morte. Fé em Cristo é a entrega pessoal de nossa vida a Cristo em confiança e obediência. Alexander Campbell considerou a palavra “confiança” ou “confiar” para explicar o significado de fé[iii]. Confira o ensino bíblico sobre a fé:



1)     É dom de Deus (Ef 2:8);

2)     Vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10:13-15,17; At 4:4);

3)     É a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem (Hb 11:1);

4)     Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11:6);

5)     Fé é a obediência em ação (Tg 2:14-26);

6)     Deve ser confessada para a salvação (Rm 10:9-10; Mt 10:32-33; At 8:36-37);

7)     Traz segurança, paz ao coração do crente, descanso e gozo (Rm 8:16; 1Jo 4:13; 5:10; Jo 14:1; Mt 6:25-34; Rm 5:1; Hb 4:3; 1Pe 1:8);

8)     Pela fé somos:

a)     Enriquecidos pelo espírito (Gl 3:5,14);

b)     Santificados (At 26:18);

c)      Guardados (1Pe 1:5; Rm 11:20);

d)     Estabelecidos (Is 7:9);

e)     Curados (Tg 5:15; At 14:9);

f)        Andamos (2Co 5:7);

g)     Superamos os desafios da vida (Rm 4:18-21; Hb 11:17-19,27);

9)     É absolutamente essencial à salvação (Jo 3:16; 8:24; 1Pe 1:18-21; At 10:43; 15:9; 16:30-31; Rm 6:17-18).

C. O batismo nas águas como evidência do perdão

O batismo é um mandamento perpétuo ordenado pelo Senhor Jesus (Mt 28:19), que ao ser batizado por João nos deixou o exemplo (Mt 3:5-6,13-17). A palavra grega transliterada para o português como batismo é “baptizo”. Se essa palavra fosse traduzida para o nosso idioma seria “mergulhar” ou “imergir”, pois é isso que ela significa. Se os escritores inspirados do Novo Testamento quisessem dizer “aspergir” usariam a palavra “rantizo” ou se quisessem falar “derramar” usariam o termo “ekqueo”. Portanto, no Novo Testamento, batismo é imersão. Isso fica evidenciado pelo fato do batismo requerer água o suficiente para o candidato entrar e sair (At 10:47; Mt 3:13; Jo 3:23; Mt 3:5-6; At 8:36-39; Mc 1:10).



Quem deve ser batizado? Quando? A Bíblia responde:



1)      Os crentes em Jesus (Mc 16:16; At 18:8);

2)      Arrependidos dos seus pecados (At 2:38);

3)      Imediatamente após a conversão (At 2:41; 8:12,35-38; 9:9,17-18; 10:44-48; 16:14-15,30-33).



E o que diz o Novo Testamento sobre o propósito do batismo nas águas? Confira as seguintes passagens que relaciona aceitar Jesus com fé, arrependimento dos pecados e batismo nas águas com a salvação:



1)     Arrependam-se e recebam o batismo para a remissão dos pecados (At 2:38);

2)     Recebe o batismo e lava os pecados (At 22:16);

3)     Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16:16);

4)     Somos batizados em Cristo (Rm 6:1-6; Cl 2:12; Gl 3:26-27);

5)     O batismo é uma condição para o recebimento do dom do Espírito Santo (At 2:38).



Todavia, o irmão Isaac Errett escreveu em 1863 que “entre nós, a regeneração deve ser realizada antes do batismo, quando menos o suficiente para que a pessoa possa estar mudada em seu coração, e haver rendido este a Cristo, movido pela fé e arrependimento, porque de outra maneira não passa o batismo de ser uma forma vazia. O perdão, porém, é distinto da regeneração”[iv].



Portanto, o batismo nas águas para a Igreja de Cristo não é a regeneração ou o novo nascimento (a posição católica) nem é meramente um símbolo (a posição batista). O batismo nas águas é parte da resposta do homem ao chamado de Deus e, quando precedido de arrependimento e fé, nele encontramos a evidência ou certeza do perdão.



3 – as bênçãos simultâneas da salvação

Quando o homem responde ao chamado de Deus com arrependimento dos seus pecados,e fé em Jesus Cristo como seu único Salvador e Senhor (a conversão, incluindo o batismo) é ricamente abençoado por Deus. Essas bênçãos ocorrem ao mesmo tempo, simultaneamente, e são: a justificação, a regeneração ou novo nascimento, a adoção, a união com Cristo e a santificação inicial.



A. A justificação

A necessidade da justificação repousa no fato da culpabilidade e da pena. Portanto, a justificação cancela a culpa e tira a pena ou castigo pelo pecado[v]. Justificar significa absolver ou declarar justo. A justificação, portanto, é o ato de Deus pelo qual declara justo aquele que crê em Jesus. Somos justificados:



1)     Pela graça de Deus (Rm 3:24; Tt 3:7);

2)     Pelo sangue de Cristo (Rm 5:9; Hb 9:22);

3)     Pela fé (Rm 3:26-30; 5:1; Gl 2:16);

4)     Não pelas obras da lei (Rm 3:20).



Os resultados da justificação são:



1)     Perdão ou remissão da pena pelo pecado (Gn 2:16-17; Rm 4:7-8; 5:12-14; 6:23; 2Co 5:19);

2)     Cancelamento da condenação (Rm 8:1,33-34);

3)     Paz com Deus (Rm 5:1; Ef 2:14-17);

4)     Restabelecimento do favor de Deus (Rm 4:6; 2Co 5:21; 1Co 1:30);

5)     Nela há a imputação da justiça de Cristo (Rm 4:5);

6)     Nela há herança (Tt 3:7);

7)     Em nossa vida cristã:

a) Conduz a uma vida justa (Fp 1:11; 1Jo 3:7; Tg 2:14,17-26);

b) Dá certeza do livramento da ira vindoura (Rm 5:9; 1Ts 1:10);

c) Dá certeza da glorificação (Rm 8:30; Mt 13:43; Gl 5:5).



B. O novo nascimento ou regeneração

A regeneração é absolutamente essencial à salvação, pois Jesus Cristo disse que para ver o Reino de Deus é preciso nascer de novo (Jo 3:3,6-7). A regeneração repousa na depravação moral da natureza humana depois da queda. O novo nascimento renova a natureza moral e restabelece os nossos privilégios como filhos de Deus[vi].



Willey define resumidamente a regeneração como “a comunicação de vida, pelo Espírito Santo, à alma sucumbida nos delitos e pecados. Ela é uma transformação moral, espiritual, radical e completa efetuada nos corações dos homens pelo Espírito Santo por meio da Palavra”[vii] e acontece na conversão e, de forma lógica, antes do batismo nas águas. A Bíblia descreve a regeneração como:



1)     Nascer de novo (Jo 3:3-6);

2)     Nascido de Deus (Jo 1:13; 1Jo 3:9; 4:7; 5:1,4,18);

3)     Nascido do Espírito (Jo 3:5-6);

4)     Vivificado (Ef 2:1,5);

5)     Passar da morte para a vida (Jo 5:24; 1Jo 3:14);

6)     Lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3:5).



A regeneração nos torna filhos de Deus, nos une a Ele e é evidenciada em nossas vidas:



1)      Pelo ódio ao pecado (1Jo 3:9);

2)      Por obras de justiça (1Jo 2:29);

3)      Pelo amor:

a)     A Deus (1Jo 5:2; 4:19);

b)     Aos irmãos (1Jo 4:7; 5:1);

c)      Aos inimigos (Mt 7:11);

d)     Aos que estão sem Deus (2Co 5:14);

4)      Pela vitória sobre as tentações e o mundo (1Jo 3:9; 5:4,18);

5)      Pelos privilégios:

a)     Satisfação da sua necessidade (Mt 7:11);

b)     Herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 8:16-17);

c)      Ser guardado (1Jo 5:18);

d)     Uma revelação da vontade do Pai (1Co 2:10-12);



Todavia, a regeneração não é o batismo nas águas, que não é a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus (1Pe 3:21). Um outro erro doutrinário é considerar a regeneração o primeiro passo na salvação do homem antecedendo a fé e o arrependimento.



C. A adoção

Pela adoção somos recebidos por Deus como filhos. Segundo Willey há quatro benefícios da adoção[viii]:



1)     O privilégio da adoção (Gl 3:26; Rm 8:17; Gl 4:7);

2)     A confiança filial para com Deus (Rm 8:15);

3)     Direito de propriedade em tudo que Cristo tem e é (1Co 3:21,23);

4)     Direito e título à herança eterna (1Pe 1:4), que é chamada:

a)     Um reino (Lc 12:32);

b)     Uma pátria superior (Hb 11:16);

c)      Uma coroa da vida (Tg 1:12);

d)     Um eterno peso da glória (2Co 4:17).



D. A união com Cristo

A Bíblia descreve essa bênção da seguinte forma:



1)     O crente está em Cristo (Jo 14:20; Rm 6:11; 8:1; 2Co 5:17; Ef 1:4; Cl 2:8-15);

2)     Jesus e o Pai habitam no crente (Jo 14:23);

3)     O cristão participa de Cristo (Jo 6:53,56-57; 1Co 10:16-17);

4)     O cristão participa da natureza divina (2Pe 1:4);

5)     É uma união espiritual (1Co 6:17);

6)     É uma união vital (Gl 2:20);

7)     É uma união completa (1Co 12:27; Ef 5:30);

8)     É uma união inescrutável (Ef 5:32; Cl 1:27);

9)     É uma união indissolúvel da parte de Cristo, mas o crente deve ter cuidado para não cair da graça e perseverar até o fim (Jo 10:27-28; Gl 5:4; 1Co 8:11; 2Pe 2:1-3; Ap 2:10).



E. A santificação

A santificação é uma obra da vontade de Deus e do homem que nos torna cada vez mais livres do pecado e semelhantes a Cristo. Ela se dá:



1)     Pelo sangue de Cristo (1Jo 1:7);

2)     Pelo Espírito Santo (1Pe 1:1-2);

3)     Pela Palavra de Deus (Jo 17:17).



Quanto ao tempo, a santificação é:



1)     Posicional e instantânea, na conversão (Hb 10:10; 1Pe 1:3-4; Rm 1:7);

2)     Prática e progressiva, por toda a vida cristã (Ap 22:11; 1Co 7:1; Rm 6:12-13,22);

3)     Completa e absoluta, na glória (Rm 8:22-23).



4 – a perseverança dos santos OU CERTEZA DA SALVAÇÃO

Quanto à perseverança dos santos ou certeza da salvação, Daniel B. Pecota disse que o Novo Testamento revela “garantias grandiosas que nenhum crente pode (nem deve) viver sem elas”[ix]:



1)     Jesus não perderá nada de tudo quanto Deus lhe deu (Jo 6:38-40);

2)     As ovelhas jamais perecerão (Jo 10:27-30);

3)     Jesus orou ao Pai por proteção aos seus discípulos (Jo 17:11);

a) E Deus sempre atende as orações de Jesus (Jo 11:42);

4)     Somos conservados por Cristo (1Jo 1:7-11);

5)     O Espírito em nós é o selo e garantia da nossa redenção futura (2Co 1:22; 5:5; Ef 1:14);

6)     Deus guardará o que confiarmos a Ele (2Tm 1:12);

7)     Deus é poderoso para salvar os crentes (Hb 7:24-25);

8)     Somos guardados pelo poder de Deus (1Pe 1:5);

9)     O que está em nós é maior do que está no mundo (1Jo 4:4).



Todavia, a Palavra de Deus também revela que:



1)     A apostasia, formal e real, é possível (Hb 6:4-6; 10:26-31);

2)     Jesus disse que quem perseverar até o fim será salvo (Mt 24:12-13; Ap 2:10);

3)     Jesus disse que “olhar para trás” nos torna indignos do Reino (Lc 9:62);

4)     Jesus exortou dizendo “lembrai-vos da mulher de Jó” (Lc 17:32);

5)     Jesus disse que se não permanecermos nele seremos cortados (Jo 15:6; Rm 11:17-21; 1Co 9:27);

6)     Paulo nos advertiu sobre cair da graça (Gl 5:4);

7)     Paulo disse que alguns naufragaram na fé (1Tm 1:19);

8)     Paulo disse que alguns abandonarão a fé (1Tm 4:1);

9)     Paulo disse que se negássemos a Cristo, também Ele nos negaria (2Tm 2:12);

10) A carta aos Hebreus faz severas advertências:

a)     Diz que a casa de Deus somos nós, se conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até o fim (Hb 3:6);

b)     Devemos ter cuidado para que ninguém entre nós venha a ter um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo (Hb 3:12);

c)      Tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa salvação até o fim (Hb 3:14);

10) Pedro disse que os que conheceram a Cristo e se desviaram dele ficam em um estado pior do que o anterior (2Pe 2:20-22);

11) João disse que somente temos a vida eterna se estivermos em Cristo (1Jo 5:11-12).



Todos os argumentos refutando as passagens bíblicas acima são sofísticos. Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “um sofisma é um argumento aparente (não conclusivo) que serve ao propósito seja de induzir outrem ao erro, seja de ganhar a qualquer preço uma contenda ou discussão”[x].



Portanto, o que cremos e ensinamos sobre a certeza da salvação, com a base bíblica acima, é o seguinte: “A certeza da salvação é dada a todos os crentes verdadeiros mediante o Espírito Santo que em nós habita, e que, pela graça mediante a fé, estamos em Cristo, nossa redenção e justiça; e, estando nEle, temos a segurança eterna”[xi].





a
[i] THIESSEN,Henry C. Palestras em Teologia Sistemática, pág. 246.
[ii] WILLEY, H. Orton. Introdução à Teologia Cristã, pág. 294.
[iii] SIZEMORE, Denver. Lecciones de Doctrina Bíblica, volumen II, American Rehabilitation Ministries and The American Bible Academy, Joplin, Missouri (citando “Memoirs of Alexander Campbell”, de Robert Richardson, pág. 177 e 178), pág. 28.
[iv] ERRETT, ob. cit., pág. 08 e 09.
[v] WILLEY, ob. cit., pág. 321 e 322.
[vi] Ob. cit., pág. 321 e 322.
[vii] Ob. cit., pág. 323, 327 a 329.
[viii] Ob. cit., pág. 332 e 333.
[ix] HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal, pág. 376.
[x] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI: o minidicionário da língua portuguesa, Nova Fronteira, 2000, pág. 642.
[xi] HORTON, ob., cit., pág. 379.